Crônica: A despedida

   Estávamos eu e mais três amigas conversando na rua mas naquela noite havia algo de especial. Uma delas ia viajar no dia seguinte e só ia voltar depois de seis meses. Era quase uma despedida. Queríamos tornar aquela noite inesquecível, só não imaginávamos que ela seria mais inesquecível do que nós esperávamos. 
   Decidimos chamar dois amigos para passear de carro, mas havia um problema: nossas mães não iam deixar. Para enganá-las, para cada uma delas dissemos que íamos jantar na casa da outra. Com tudo aparentemente resolvido, nós fomos para o passeio de carro.
   - Nossa, nós somos incríveis, não irão descobrir nunca!
   - Realmente, mas Milla, e tua mãe acreditou nisso?
   - Claro Drika, afinal eu fui jantar na casa de Ludy com Edna.
   Andamos bastante de carro, e um dos meninos fez um comentário que es tava rolando uma festa num povoado próximo, nós nos entreolhamos. Claro que a gente não ia perder aquela festa. Chegando lá, descemos do carro e fomos dançar. Passados uns quarenta minutos decidimos voltar pois já era muito tarde. No meio do caminho, minha mãe me liga:
  - Milena, você está onde? 
  Nossa! Ela estava tão irritada, que meu coração por pouco não parou de bater, mas eu nunca poderia revelar onde realmente estávamos então dei sequência ao tal plano "incrível".
  - Calma minha mãe, eu estou na casa de Drika jantando.
  - Não minta, pois eu estou aqui com a mãe dela, e você tem cinco minutos pra chegar aqui, esteja lá onde você estiver.
  - Meu Deus, estou frita, quando chegar minha mãe vai me matar.
  Não sei como conseguimos mais chegamos em três minutos. Quando chegamos ela já estava me esperando em casa. As meninas foram comigo pra tentar justificar o porque da mentira, mais ela estava com tanta raiva que não tivemos coragem de contar pra onde tínhamos ido. Então tentei justificar: 
  - Ô minha mãe a gente mentiu porque a senhora e as mães das meninas não iam deixar a gente sair de carro.

  - Mas eu já lhe disse que eu não quero que você minta pra mim, e sabe o que suas amigas e principalmente Ludineia que vai viajar, vão ter de lembrança?
  Por um momento cheguei a pensar que a bronca tinha parado por ali, mais meus pensamentos foram interrompido pelas chicoteadas do cinto. Nossa! Que surra viu, as meninas logo começaram a chorar. Como ela mesma tinha dito que elas teriam aquilo de lembrança, não queria que quando Ludy lembrasse de mim, ela lembrasse que es tava chorando. Por isso fui forte, não derramei uma lágrima, por quanto aquilo estivesse sendo doloroso.
  Hoje nós nos recordamos disso e rimos bastante, mas reconhecemos que mentir realmente não compensa, mas pra ser sincera não me arrependo de nada, pois aquela noite foi inesquecível.   


                                                                         Autora: Milena Rodrigues